Todo dia ela cumpre fielmente sua rotina. Não que ela não goste, muito pelo contrário. Feliz, faz as mesmas coisas, mas isso não significa que acontecem do mesmo jeito.
E eu a observo sempre.
Quem vê de longe percebe que ela é super alto astral. Mas quem se aproxima se depara com seu jeito inicialmente duro de ser. E por isso sempre teve uma má fama.
Mas só eu sei que esse jeito é só medo.
Medo que façam de novo tudo aquilo que já fizeram com ela.
Medo dos risos sarcásticos, das mentiras, de fracassos manipulados, da vergonha...
Eu vi o quanto ela sofreu com tudo isso. Suas lágrimas rolavam no rosto e eu infelizmente não podia enxugá-las. Chorei ao lado dela quando percebi que ninguém iria chegar para tentar ajudá-la. Foi uma época difícil.
E eu a observo sempre.
E agora ela age assim, espantando as pessoas logo de início. E consegue! [Hoje ela consegue o quer.]
Sei quase tudo sobre ela.
Eu que provei pra ela por a+b que esse seu jeito chato era só um modo natural de defesa que sem querer ela criou.
E mesmo sabendo disso ela não quis mudar.
Percebeu que sofria menos sendo assim.
Apenas concordei em silêncio!
Ela tem amigos, poucos. Porém amigos. Esses sim têm o privilégio de conhecer quem ela é de verdade.
Se eu sou uma dessas pessoas amigas?
Na verdade eu não sei. Mas também tenho a sorte de conhecê-la a fundo.
Vejo o quanto ela ama os amigos, mesmo que eles nem saibam disso ou que nem percebam. Ela está sempre ali: pra eles, com eles, por eles, neles. Ela sabe o valor de uma amizade.
E eu a observo sempre.
Suas noites na maioria das vezes são mal dormidas.
Ela já se acostumou com isso. No início isso a incomodava, mas agora sabe que uma pessoa noturna. Ela não funciona muito bem pela manhã. E isso chega a ser engraçado pra mim.
Ahhh! Ela é muito engraçada. Odeia perguntas idiotas, mas age assim muitas vezes só pra fazer graça. Seu sorrisão contagia a todos. E quanto ele vem acompanha de seus braços abertos... Encanta!
Eu a amo. Nem sei se ela sabe disso. Sei mais dela do que de mim. E eu não quero que ela mude nada. Mas ela sempre está constantes transformações. Pequenas mudanças das quais ela só vem notar quando se tornam grandes.
Quem é ela?
Você ainda não sabe?
Quem eu sou?
Pergunte a ela. Mesmo que ela não me veja, sei que se lembrará de mim.
Quando ela lembrar, eu volto. Irei contar novamente quase tudo que sei sobre ela.
Porque eu a observo sempre.
Branca, Edmara